Conheça a história do Carnaval de BH e seus blocos mais famosos
A variedade de cortejos para aproveitar o Carnaval da Liberdade é fato. Tem folia pra todo mundo…mas nem sempre foi assim!
Esse ano são mais de 500 blocos que vão participar do Carnaval da Liberdade de Belo Horizonte!! É folia até não dar mais. E parar para pensar que há alguns anos atrás, era comum os moradores passarem o feriado na praia ou curtirem a folia em outros estados, é loucura!
A história do Carnaval de Belo Horizonte se mistura com a história da cidade. Se liga só em alguns fatos importantes desse processo:
Primeira manifestação do carnaval
Foto: Atual Belo Horizonte - Acervo Secult
Curral del Rei foi o arraial situado no local onde foi implantada a capital Belo Horizonte. E mesmo nesse tempo antes da oficialização de BH como a capital, já haviam resquícios da folia carnavalesca. A primeira manifestação do carnaval aconteceu em 1897, quando operários que trabalhavam na construção da cidade desfilaram em carros enfeitados pela região da Praça da Liberdade.
Escolas de Samba e Blocos Caricatos
A capital mineira ganhou o nome de Belo Horizonte em 1901. Foi na década de 30 que surgiram as famosas batalhas de confete e a primeira escola de samba da cidade, a Pedreira Unida, criada na Pedreira Prado Lopes. Nesta época, o Carnaval de Belo Horizonte acontecia nas ruas e em matinês no Automóvel Clube, Minas Tênis Clube, Clube Belo Horizonte, ou até mesmo em cinema que abriam suas portas para a diversão dos foliões.
Na década de 40, apareceram os blocos caricatos, um dos símbolos do Carnaval de Belo Horizonte. Os Blocos Caricatos são uma parte essencial do Carnaval de Belo Horizonte, uma tradição única que vem lá dos primeiros operários. Eles desfilavam com os rostos sujos de carvão e essa tradição foi mantida ao longo dos anos, se tornando uma das características marcantes dos Blocos Caricatos, a ala dos “caras pintadas”. Ainda nessa década, foi criado o primeiro bloco de rua, o Leão da Lagoinha.
Na década de 50, surgem as escolas de samba Canto da Alvorada, Cidade Jardim, Mocidade Unida Vera Cruz, Unidos do Barreiro, de Santa Tereza, do Guarani entre outras.
Criação do Carnaval de Belo Horizonte
Com o fim do bloco carnavalesco “Leões da Lagoinha”, os foliões se juntaram com os filhos e netos das tradicionais famílias do bairro Lagoinha e fundaram a tradicional Banda Mole. Em 1975, a Banda Mole faz sua estreia com homens vestidos de mulher e vice-versa. A banda apresenta como ponto marcante a valorização da liberdade e a crítica política.
Foram 5 anos depois desse acontecimento, em 1980, que foi criado o Carnaval de Belo Horizonte, através do Decreto Municipal nº. 3.676/1980. Nesse ano, as escolas de samba faziam desfiles luxuosos diante de arquibancadas lotadas.
O crescimento
Nos anos 2000, a situação começou a melhorar. Em Setembro de 2000, foi promulgada a Lei Municipal que instituiu oficialmente o Carnaval de Belo Horizonte.
Nos anos iniciais da década, houve a criação de blocos de rua que desfilavam no período de pré-carnaval e, em 2009, grupos como Tico Tico Serra Copo e Peixoto, saíram às ruas no carnaval, dando força ao movimento dos blocos de rua.
Em 2009, houve um decreto que proibia a realização de eventos de qualquer natureza na Praça da Estação. A resposta foi em 2010, com a “Praia da Estação”, um movimento que transformou a cidade num mar de marchinhas e atraiu cada vez mais pessoas para os espaços públicos.
A partir daí o crescimento tomou conta do carnaval da cidade. Os blocos de rua passaram a atrair um grande número de foliões e o desfile das Escolas de Samba e Blocos Caricatos voltaram para a avenida Afonso Pena, depois de 24 anos sendo realizado em outros locais.
Em 2015, o Carnaval de BH fez história, atraindo mais de 1 milhão de pessoas para os mais de 200 blocos de rua, 9 blocos caricatos e 6 escolas de samba em vários pontos da cidade. A estrutura e a visibilidade da festa aumentaram, mas os desafios foram muitos ao longo dos últimos anos. Blocos e foliões constantemente enfrentam violência policial e dificuldades financeiras e burocráticas para desfilar.
E só melhora…
Em 2016, a festa teve 2 milhões de foliões e uma ocupação de 40% nos hotéis.
Em 2017, foram 3 milhões de foliões nas ruas da capital, 416 desfiles de blocos de rua, além dos tradicionais desfiles de escolas de samba, blocos caricatos e shows de artistas locais nos palcos oficiais. Após 36 anos, o primeiro Bloco de Rua do Carnaval de Belo Horizonte, Leão da Lagoinha, voltou a desfilar na cidade e comemorou os 70 anos de existência.
Em 2018, a folia contou com 3,8 milhões de foliões, cerca de 480 blocos de rua cadastrados e 550 desfiles de blocos. Nove palcos oficiais com programação de artistas locais e regionais. Iniciativas vinculadas à inovação e à sustentabilidade ganham destaque no carnaval belo-horizontino.
Em 2019, com a consolidação do tema “É de todo mundo”, as ruas da capital mineira receberam cerca de 4,3 milhões de foliões, durante os 23 dias de período oficial da festa. Mais de 400 blocos fizeram 447 cortejos.
Pós Pandemia
Foto: Acervo Quando Come Se Lambuza
Marcando a retomada após a pandemia de Covid-19, em 2023, a cidade teve 5,2 milhões de foliões nas ruas, com mais de 450 blocos, dedicados ao axé das antigas, ao funk, ao rock, ao brega, ao pagode e ao sertanejo. Voltados para o público LGBTQIA+, para mulheres, crianças, pets e pessoas com deficiência. Os que arrastam grandes multidões, com centenas de milhares de pessoas, e os de bairro. Há, ainda, os desfiles dos blocos caricatos e das escolas de samba, na Avenida Afonso Pena.
Nesse ano de 2024, a expectativa para esta edição é que 5,5 milhões de foliões encham as ruas da capital mineira de cores, diversidade e muita alegria. O Carnaval de Belo Horizonte terá mais de 500 blocos de rua e cortejos.
E pensando nisso, separei 6 dos blocos mais famosos de Belo Horizonte que você não pode deixar de ir.
Então, Brilha!
Foto: Acervo Secult
O Bloco “Então, Brilha!” é sem dúvidas um dos maiores sucessos da folia na capital mineira. Criado em 2010, o bloco tem como lema “Gente é para brilhar” e foi retirado da parte final da longa poesia de Maiakóvski, que é sempre recitada antes do cortejo começar.
O rosa e o dourado colorem as ruas de BH durante o sábado de Carnaval, esse ano 10/02, às 5 horas da manhã. Isso mesmo, quando o primeiro raio de sol aparece no céu. E vou te contar que não falta nem gente e nem alegria para desfilar e cantar as músicas digamos que obrigatórias no Carnaval de todo o Brasil.
Detalhe importante: o respeito e a inclusão são as principais bandeiras do bloco, que é fortemente engajado com as causas LGBTQIA+ e antirracista.
Juventude Bronzeada
O bloco Juventude Bronzeada começou em 2011, como uma banda de três amigos para tocar sucessos do axé dos anos 2000. Foi em 2014 que o bloco tomou forma e saiu para desfilar no Carnaval de BH, agitando a capital mineira com seu repertório brasileiro, político e diverso.
Se você curte axé dos anos 90 e anos 2000, esse bloco é imperdível! Em 2024, o bloco promete muita folia e conscientização. São hits que fazem parte da adolescência de muita gente e canções autorais de alta qualidade que tomaram conta da Av. dos Andradas às 08 horas do dia 13/02.
Funk you
Foto: @uaianotai - Acervo Funk You
Até 2017 não existia um bloco só de funk na capital, motivo de inquietação para um grupo de amigos. Então, o Funk You surgiu de uma iniciativa entre amigos de colocar o estilo musical que eles ouviam e consumiam nas ruas de BH durante o Carnaval. O Bloco de Carnaval toca funk com bateria de escola de samba, em uma mistura de ritmos brasileiros que cativa todo mundo.
Além disso, o bloco conta com dançarino(a)s à frente de seus desfiles que apresentam passinhos do funk, formações conjuntas, movimentos e interações que colocam todo mundo pra dançar e se divertir! Esse ano, o bloco está programado para sair às 10 horas do dia 13/02, na Avenida Amazonas, no centro.
Havayanas Usadas
Foto: Acervo Havayanas Usadas
O Bloco Havayanas Usadas foi criado em 2017 e, logo no primeiro desfile, arrastou multidões pelas ruas de BH. Seu repertório é formado por hits do axé music dos anos 80 e 90. Esse ano, o bloco desfila com o tema “Axé da Montanha”, em referência às conexões com o ritmo baiano que toma conta da festa na capital mineira.
A expressão, usada entre artistas de Belo Horizonte, imprime a identidade única da música festiva da capital, reconhecendo suas origens, referências e toda a potência do ritmo baiano. O cortejo exalta a conexão Minas com Bahia, promovendo um encontro entre as religiões de matrizes africanas referenciadas na Bahia com as raízes católicas de Minas Gerais.
O desfile acontece no dia 12/02 na avenida dos Andradas, a partir das 09 horas. A previsão é que o grupo faça a festa de 10h às 14h.
Quando Come Se Lambuza
Foto: Acervo Quando Come Se Lambuza
O Bloco Quando Come Se Lambuza comemora 10 anos de existência em 2024!
Fundado pelo mestre de bateria, André Melado, inicialmente como uma forma de festejar seu aniversário, o bloco foi crescendo com o passar dos anos e hoje é um dos principais e maiores blocos carnavalescos do Brasil.
Com mais de 200 ritmistas na bateria, e 30 integrantes na ala de dança e cheer, o bloco é conhecido por sua energia contagiante e pela diversidade de gêneros musicais que apresenta durante os desfiles. Nossa MPB é a "Música PraPular Brasileira", e essa mistura de ritmos proporciona uma experiência única para os foliões. Nessa edição que acontece no dia 10/02 às 09 horas, o bloco terá várias surpresas, homenagens e participações especiais
Os Baianeiros
Foto: Acervo Baianeiros
Os Baianeiros surgiu e fez o seu primeiro desfile em 2015,com a ideia de trazer para BH o clima e a energia do Carnaval de Salvador. A banda Baianeiros é formada desde 2015, por Lelo Lobão e Danniel Maestri, que levam a mistura eclética de ritmos e a celebração da pluralidade musical para onde vão.
Os Baianeiros também se destacam como um dos principais blocos de carnaval de Belo Horizonte, arrastando uma multidão de foliões por onde passam. A cada ano, eles superam toda a sua energia contagiante do bloco em BH, com muita diversão e celebração. E esse ano não será diferente, com muitas novidades, no dia 11/02, às 12 horas no bairro Castelo e no dia 13/02 às 14 horas no centro de BH.
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